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Jogos.: Por que não existem (tantos) jogos para Linux? (ATUALIZADO 2x)


Muitas vezes vejo gente dizer que não migra do Windows para o Linux porque neste último não há jogos. Isso é, de fato, parcialmente verdade. Quando se trata de jogos mainstream, realmente são poucos os títulos lançados com suporte nativo ao Linux, mas isso não exclui o fato de que existem vários (inúmeros) jogos para o S.O do pinguim; basta uma rápida pesquisa no Google para perceber isso.

Neste artigo, analisaremos o cenário dos jogos e apresentaremos algumas razões (sem ordem de importância) pelas quais os jogos mais desejados (na falta de termo melhor) estão disponíveis apenas para o S.O da Microsoft (e às vezes para Mac). Note que não estamos falando da capacidade de se poder rodar um jogo mainstream no Linux, com o auxílio de programas como o PlayOnLinux, por exemplo, e sim do suporte nativo desses jogos nesse fantástico S.O.

Primeiro aspecto: o mercado.

Segundo dados do site NetMarketShare, os usuários de Windows totalizam 92% dos desktops, ante 7% de usuários Mac e apenas 1% de usuários Linux¹. As desenvolvedoras de jogos têm interesse direto em lucratividade como qualquer corporação capitalista, por isso não seria lucrativo desenvolver algo para apenas 1% do mercado, não é verdade?

Segundo aspecto: DirectX.

Até pouco tempo atrás, o desenvolvimento de jogos se dividia, basicamente, em APIs OpenGL e DirectX (este, na verdade, é um conjunto de APIs). A primeira é livre, de código aberto, e a segunda é proprietária da Microsoft. Com o tempo, o desenvolvimento em DirectX se tornou mais interessante para os programadores, tendo em vista as facilidades oferecidas pela Microsoft. Como o DirectX é uma tecnologia da Microsoft, há uma certa dificuldade em se portar os jogos desenvolvidos nela para Linux tendo em vista a necessidade de se desenvolver, praticamente, tudo de novo, só que desta vez utilizando outra tecnologia, como o OpenGL, por exemplo.

Terceiro aspecto: as diferentes distribuições Linux.

Nem toda distro Linux segue a mesma organização de arquivos (ou sistema de arquivos, é verdade). Por exemplo, o Ubuntu (derivada da Debian) não necessariamente segue o mesmo padrão da Fedora (derivada da Red Hat), o que dificulta o trabalho dos estúdios desenvolvedores de jogos. Além disso, há a questão das diversas bibliotecas que são necessárias para a execução de determinado software e que podem gerar conflitos caso sejam atualizadas para executar um outro software.

Quarto aspecto: drivers de vídeo.

Quem tem o costume de jogar em PC ou Mac já deve ter passado pela experiência de ver o desempenho de alguns jogos ser melhorado apenas com a atualização ou downgrade de drivers. Há relatos de que os drivers Linux disponibilizados pela AMD, para placa de vídeo AMD Radeon (antiga ATI), não seriam satisfatórios e que os da nVidia (GeForce) seriam mais adequados e bem desenvolvidos. De qualquer forma, é importante que haja uma maior dedicação das fabricantes de placas gráficas a fim de fazerem seus componentes funcionarem a contento no Linux.

Uma luz no fim do túnel: Steam para Linux

Muita gente se animou com o anúncio de que seria disponibilizada a plataforma Steam para Linux. Entretanto, a distribuição oficial para o Steam Linux será o Ubuntu, o que significa que se você usa alguma outra distro terá de contar com o suporte da comunidade e não o oficial da Valve, pelo menos em um primeiro momento ou até que a empresa expanda seu suporte.

Outro ponto a se ressaltar é o de que o lançamento do Steam para Linux não garante que todos os jogos disponíveis no Steam serão portados para esse S.O, da mesma forma como acontece com o Mac. Provavelmente, a única garantia do usuário de Linux seria o lançamento de jogos da própria Valve com suporte nativo a esse sistema, como é o caso de Left 4 Dead 2.

Conclusão

Basicamente, todos os empecilhos citados neste post podem se resumir a um: custo. Se o fator custo/benefício fosse interessante para as empresas, pode ter certeza que você estaria desfrutando dos mais recentes lançamentos em sua distro preferida.


¹ Acessado em 22 de outubro de 2012, às 16h15.

Este artigo foi elaborado e redigido por Arthur, com grande colaboração do Yuri, e revisado por Éverton, todos da equipe RN.
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ATUALIZAÇÃO:

A Valve está trabalhando forte em cima da portabilidade de seus jogos para Linux. Em um post em seu blog oficial, datado de 01/08/2012, a empresa informa que já conseguem executar Left 4 Dead 2 no Linux mais rápido do que no Windows!

Para que isso fosse possível, a equipe da Valve trabalhou duro para fazer adaptações e otimizações relativas ao kernel Linux, OpenGL e a drivers de vídeo. Mais especificamente, modificaram o jogo para lidar melhor com o kernel, como alocação de memória, implementaram melhorias no uso do OpenGL, tanto para Linux quanto para Windows, e ainda trabalharam em conjunto com as fabricantes de hardware para melhorar os drivers de vídeo.

Com isso, de uma taxa inicial de apenas 6 quadros por segundo, já atingiram a taxa de 315 quadros por segundo no Ubuntu Linux 12.04, frente aos "apenas" 270.6 do Windows 7 com Direct3D e 303.4 do Windows 7 com OpenGL (indicando que mesmo no Windows a API OpenGL se sai melhor).

Ainda há esperanças, gamers, e elas são cada vez maiores e mais próximas! Torço muito para que olhem com mais carinho para o software livre.

[Fonte: Valve]


ATUALIZAÇÃO 2:

A Valve já deu início aos testes fechados do beta do Steam para Ubuntu Linux 12.04. Vamos aguardar as opiniões dos beta-testers.